Cannabis medicinal no SUS: Canabidiol e tetrahidrocanabinol serão distribuidos pelo SUS pra enfermidades específicas
Distribuição de canabidiol foi possível graças a uma lei estadual. Beneficiados são pacientes que passam por graves crises epiléticas
atualizado
No Brasil, o tratamento com canabidiol foi liberado pela Anvisa para 12 tipos de doenças, mas é preciso ter receitas específicas.
Como será feita a distribuição?
Para receber o tratamento gratuito, o paciente precisa ter residência fixa no Estado. Ele terá que ter uma indicação clínica para uso do canabidiol, com receita prescrita por um médico do SUS ou da rede privada do estado. A medicação deverá ser retirada nas Farmácias de Medicamentos Especializados de SP.
Ainda em abril, o governo paulista deverá publicar o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas que irão nortear o trabalho de médicos autorizados a fazerem a prescrição.
Segundo a empresa Ease Labs Pharma, vencedora da licitação de 2023, o fornecimento deve começar em maio, quando haverá doses o bastante para manter a continuidade do tratamento dos pacientes. A data exata depende dos pareceres estaduais.
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O canabidiol é um composto extraído da maconha, mas presente também em outras plantas |
O canabidiol
O canabidiol (CBD) não é sinônimo de maconha. Ele é um óleo extraído dos compostos naturais encontrados na planta e não possui efeitos psicoativos.
O tratamento com os canabidióides é progressivo, sendo iniciado com pequenas doses que podem aumentar ou diminuir gradativamente de acordo com a resposta do organismo.
“O que temos visto na prática é um grande potencial de amenizar sintomas que trazem sofrimento a milhões de pacientes”, explica o médico José Manzi, gestor clínico Simples Cannabis, empresa dedicada à importação do produto.
O que justifica a decisão de SP de distribuir?
Os remédios passaram a ser comprados por licitação para poupar os cofres públicos: como eles só podiam ser comprados a partir de demanda judicial, as aquisições eram feitas com urgência e a preços muito maiores do que os que o governo paulista conseguiu negociar.
Os preços variavam de R$ 2 a R$ 6 a miligrama em compras de urgência determinadas pela Justiça. Na licitação, a dose ficou em 4 centavos. A mudança pretende ampliar o público atendido e, simultaneamente, proporcionar uma economia de até seis vezes em relação aos R$ 85 milhões que o Estado gasta anualmente com estes tratamentos.
“Este será o maior programa já visto no mundo para distribuição de produtos de canabidiol em um sistema público de saúde”, comemorou o CEO da farmacêutica, Gustavo Palhares.
De acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos de São Paulo, a venda de medicamentos à base de canabidiol passou de cerca de 50 mil caixas em 2021 para mais de 170 mil em 2022.
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