Substância presente na bebida Ayahuasca gera células neurais humanas
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Há séculos a ayahuasca é utilizada em cerimônias religiosas
de povos indígenas sul-americanos. Estudos sugerem que a bebida possui efeitos
ansiolíticos e antidepressivos em humanos. Uma das principais substâncias que
compõem a ayahuasca chama-se harmina, uma beta-carbolina cujo potencial
terapêutico para depressão foi recentemente descrito em ratos.
"Sabíamos que o efeito de antidepressivos está
associado ao estímulo da neurogênese em roedores. Resolvemos
testar se harmina, presente em grandes quantidades na ayahuasca, faria o mesmo
sobre células neurais humanas", afirma Vanja Dakic, estudante de doutorado
e uma das autoras do estudo.
Para elucidar os efeitos da harmina sobre células neurais
humanas, pesquisadores do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e
Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ (ICB-UFRJ) expuseram progenitores
neurais humanos, criados em laboratório, a essa beta-carbolina. Após 4 dias, a
presença de harmina aumentou a proliferação de progenitores neurais humanos em
mais de 70%. Os cientistas do Rio de Janeiro também foram capazes de
identificar como as células neurais humanas respondem à harmina. O efeito
depende da inibição de DYRK1A. DYRK1A, cujo gene localiza-se no cromossomo 21,
é bastante ativado no cérebro de pessoas com Síndrome de Down e pacientes com
Alzheimer.
"Nossos dados demonstram que a harmina é capaz de gerar
novas células neurais humanas, semelhantemente ao observado com medicamentos
antidepressivos disponíveis no mercado mas cujos efeitos colaterais são muitas
vezes indesejáveis. Além disso, a observação de que a harmina inibe DYRK1A nas
células neurais humanas nos permite pensar sobre estudos futuros para avaliar
um eventual efeito terapêutico dessa substância sobre déficits cognitivos
observados em pessoas com Síndrome de Down e doenças neurodegenerativas",
sugere Stevens Rehen, cientista do IDOR e ICB-UFRJ.
Estudo brasileiro aponta que harmina aumenta o número de progenitores
que dão origem a neurônios
D'OR INSTITUTE FOR RESEARCH AND EDUCATION
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O estudo foi publicado no dia 6 de dezembro pela revista
científica norte-americana PeerJ, recebeu apoio financeiro das agências
brasileiras de fomento FAPERJ, CNPq, CAPES, FINEP, BNDES e FAPESP e faz parte
da tese de doutoramento de Vanja Dakic, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas
da UFRJ.
Em inglês: Harmine stimulates proliferation of human neural progenitors
https://peerj.com/articles/2727/
Em inglês: Harmine stimulates proliferation of human neural progenitors
https://peerj.com/articles/2727/
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Stevens Rehen
stevens.rehen@idor.org
55-213-883-6000
@institutodor
PEERJ
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro,
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, e outros.
Via EurekAlert!
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